Riscos da cesárea


Os riscos existem em qualquer cesariana, seja ela necessária ou não. A diferença é que na cesariana necessária esses riscos são menores do que se o parto fosse vaginal ou que se a gestação prosseguisse até o parto acontecer espontaneamente.


::: Para o bebê:
RISCO DE PREMATURIDADE (esse é um dos mais graves!)
Desconforto respiratório
Dificuldade de adaptação metabólica
Maior probabilidade de aspiração das vias aéreas
Mais probabilidade de admissão em UTI neonatal
Risco de morte 10 vezes maior
Maior risco de infecção neonatal por aspiração de mecônio ou líquido amniótico
Atraso e maior dificuldade no aleitamento
Maior probabilidade de desmame precoce
Risco de lesão do bebê durante a cirurgia
Dificuldades de vínculo com a mãe
Riscos de nascer anestesiado e de receber pelo leite materno as drogas do pós operatório (analgésico, antiinflamatório, antibiótico)

::: Riscos para a mãe:
Risco de morte maior do que no parto normal
Risco de infecção hospitalar
Risco de hemorragia e outras complicações hemodinâmicas como infarto, trombose e embolia
Pós-"parto" de recuperação demorada e dolorida
Dependência física de outras pessoas
Dificuldades para engravidar posteriormente, maior risco de infertilidade posteriormente
Risco de endometriose
Maior chance de precisar de transfusões, estando sujeita as morbidades subsequentes
Sensibilidade na região da cicatriz a longo prazo (coceira, dor, sensação de estiramento, etc.)
Dormência na região entre a cicatriz umbilical e corte cirúrgico
Formação de aderências
Aumenta as probabilidades do próximo filho ser nascido por cesariana
Lesão no intestino e outros órgãos na hora da cesariana
Risco de acidentes com anestesia
Maior incidência de Inserção Baixa de Placenta e acretismo placentário na próxima gestação
Histerectomia (perda do útero) devido a sangramento
Risco de infecção da cicatriz, deiscência de pontos, sangramentos, etc.., com consequente afastamento do bebê no pós-"parto" 
Dificuldades de vínculo com o bebê
Dificuldade de posição para amamentar
Maior índice de depressão pós-parto

As principais preocupações com a repetição de cesáreas incluem:


• Acretismo placentário: Quanto mais cesáreas, maior o risco de desenvolver problemas com a placenta - como quando a placenta se implanta muito profundamente e firmemente à parede do útero e/ ou se infiltrando em outros órgãos.
• Placenta prévia: é quando a placenta cobre parcial ou completamente a abertura de colo do útero, podendo levar a hemorragias e até a perda do útero.

• Lesões da bexiga: são mais prováveis com a repetição de cesáreas. O aumento do risco é provavelmente devido às aderências, que são o tecido cicatricial que se desenvolveu depois da cesárea anterior, formando uma ligação da bexiga com o útero. 

• Sangramento intenso: uma hemorragia intensa é possível depois de qualquer cesariana. O risco de sangramento grave é proporcionalmente maior de acordo com o número de cesáreas anteriores. A necessidade de uma histerectomia - remoção do útero - para controlar o sangramento, com risco de vida, também aumenta com o número de repetição das cesarianas. 

• Enfraquecimento da parede uterina. Cada incisão uterina deixa um ponto fraco na parede uterina, podendo interferir nas gestações futuras.

Além de três cesarianas, os riscos cirúrgicos devem ser cuidadosamente ponderados avaliando-se o desejo de gestações subsequentes.

Parto normal não é só uma via de nascimento!
É um exercício de respeito ao próprio corpo, ao corpo do seu filho, ao tempo certo de tudo! A cesárea por escolha, sem recomendação clara, muda o foco do nascimento, da chegada de um novo membro na família, fisiológico e gradativo, para um evento médico, cirúrgico e arriscado!
Aceitar ou coagir uma mulher a uma cesariana agendada sem questionar é uma violência contra a feminilidade, como ser obrigada ou impedida de viver a menstruação, a gravidez, o sexo plenamente. É pular uma etapa fundamental do nosso desenvolvimento como mulheres e mães!
Representa a perda da oportunidade de exercitar habilidades que serão fundamentais em todo exercício da maternidade!
Perda da oportunidade de descoberta de sua própria força e capacidade de luta, superação, confiança, entrega!
A perda da energia que estava sendo guardada para o momento do parto gera frustrações e angústias nem sempre perceptíveis ou passíveis de análise a luz da razão.
A perda da oportunidade de vivenciar uma situação que lhe daria noção de foco, de esforço numa direção e sentido correto, com objetivo e duração definidos!
Quem convive com essas consequências de uma "desnecesárea" aprende as verdades da vida de uma forma muito dolorosa... e demorada. Em algum momento a informação é absorvida, "a ficha cai" e a necessidade de auto reconhecimento, auto reconstrução se fará necessária. Que possamos nos fortalecer na gestação para VIVER o parto e não SOBREVIVER ao nascimento cirúrgico por opção.
Cesariana somente com indicação clara!
 Vídeo sobre os riscos da cesárea:

Vídeo PNAC x Cesárea de repetição - Em inglês
Parte 1:

Parte 2

Para ler:
Higher risk of maternal complications and preterm deliveries for women undergoing multiple caesarean sections
http://www.bjog.org/details/news/2865141/BJOG_release_Higher_risk_of_maternal_complications_and_preterm_deliveries_for_wo.html



More C-sections, More Complications?


http://www.webmd.com/baby/news/20060607/more-c-sections-more-complications


How many C-sections can a woman safely have?
http://www.mayoclinic.com/health/c-sections/AN02070

Comentários

  1. Vítima da Cesariana Agendada

    Se pudesse, aconselharia todas as mulheres a optar pelo parto normal, ou pelo menos a passar pelo trabalho de parto antes de uma eventual cesárea.
    Sou uma vítima da cesárea agendada, aquela sem trabalho de parto e sem a menor consideração para com o bebê. Hoje, com 20 anos e depois de alguma leitura em artigos científicos a respeito, concluo que teria sido mais benéfico, e até mais ético, se minha mãe tivesse me abortado.
    Nasci antes do tempo, com 38 semanas, por conveniência de um médico insensível e pelo medo que minha mãe sentia da dor. Um paradoxo, pois ela relata que a dor do pós-operatório que sentiu, após a cesariana, foi muito mais cruel que a dor que sentiu em seu primeiro parto, que foi normal.
    Além de ter nascido com icterícia (o menor dos problemas) e dificuldades respiratórias, tive problemas de aprendizado no colégio e, principalmente, de socialização. Fui uma criança incompreendida, já que meus próprios pais me condenavam duramente por minhas limitações, e sofri de grave depressão, da qual só consegui me libertar há alguns meses com auxílio de acupuntura.
    “Então o homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo. A borboleta então saiu facilmente. Mas seu corpo estava murcho e era pequeno e tinha as asas amassadas (…) a borboleta passou o resto de sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.

    Ela nunca foi capaz de voar.” (A lição da borboleta, autor desconhecido)

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